sexta-feira, outubro 20, 2006
O CRAVO
Era uma vez um cravo, de amor, morrido pela rosa,
que não o via como tal, talvez como uma espinha.
O cravo já machucado, propôs as outros largados
uma decepção à rosa...
Nela ninguém mais falaria, quanto ela encostasse,
todos tapassem o nariz, quando ela se assentasse,
todos se levantavam e saiam, quando ela tossisse
ninguém mais dizia: saúde, e assim foram amiúdes, dias.
A rosa já sem nem um jeito, mostrava estar insatisfeita,
Mandava recados pelas amigas: Digam aesse tal cravo,
que ele não age como homem, cavalheiro,
o cravo deu a resposta, escrita num saco de pipoca:
Rosa, minha rosinha, não sabes o quanto dói
ver a tua indiferença, tua maneira esnobe
com que vem me tratando.
Eu não sei esconder que de amo.
Amo com quem busca na vida, uma razão para a vida,
te quero como, como anseia por água, a raiz;
te quero como, como o sol anseia encontrar-se com noite.
E tu, com ingratidão, a tudo retribuístes,
depois de tudo isso, achando pouco, deu
Para humilhar-me mais, gozou de minhas boas intenções.
E eu que este jogo não jogo, forcei-me a agir como tu,
Mentindo, chamei-te feia, traindo-me, chamei-te mau cheirosa.
Ofendendo-me chamei-te estúpida, mas tudo isso por culpa tua,
Por que não deixaste o meu amor sequer viver,
Porque não deixastes que de ti me aproximasse,
Ó rosa, rosinha, é pecado amar, guardar, se dar.
Foi só isso que eu fiz, enquanto vida tinha,
e tu nem permitistes, ao meu amor, morrer.
naeno:201006
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TERESINA
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