sábado, outubro 21, 2006
ESQUECI
Esqueci de todas noites de céu estrelado
não tenho mais intimidade com as estrelas,
elas de mim tomaram um distância inviolada,
mantêm-se fechadas, ausentes, e não posso vê-las
Esqueci dos trovões, das chuvas bravias.
que faziam os riachos, dia seguinte, rebentarem
por todos os lados, todas as vertentes,
água em enormidade, como a terra queria.
Não mais nada dos relâmpagos, prenúncios
de água, após os trovões, dos quais me esqueci,
nada mais sei das manhãs de sóis berrantes,
de céus abertos aos prados, como acontecia.
Se me perguntarem o que é uma saudade,
negarei, por desconhecer, tal sensação,
sei que é uma lacuna que deixa aberta,
a ausência de algo bom, um amor, que arde.
Sei nada mais sobre campinhas, flores,
beija-flores e rouxinóis, de tudo isso esqueci,
se vi nem lembranças tenho, da rosa de seus odores,
tudo isso são espasmos passados fora de mim.
Se um dia eu sonhei, acordado, dormindo,
e levantei saudoso e fui à porta procurar,
alguém que houvera partido, e sem voltar,
matava-se o peito e eu de delírios caindo.
Esqueci dos sonhos das visões, por onde rumaram.
não lembro de outras histórias que me contaram,
tenho apenas o presente, ainda por desembrulhar,
não tenho, lembranças, saudades, já se largaram.
naeno:211006
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TERESINA
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2 comentários:
Oi, muito comovente seu poema anterior. Aliás todos são muito bonitos. Posso divulgar seu blog no meu ?
abraço e bom final de semana. Um beijo no filhão.
Muito lindo!!!
Abração
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