segunda-feira, outubro 23, 2006
NA MEDIDA
Na medida do impossível,
eu vou andando.
De passos curtos,
a não espantar o que me vem à frente,
prá não envolver-me com o futuro,
ainda no presente.
Na medida dos meus passos, vou
e me retardo para a chegada,
e vou tropeçando nos estepes do presente.
Mas não tenho pressa,
não me quero agora, ausente.
Na medida do que sou, eu me apresento,
um perdulário para com a vida,
um revoltado com as voltas e idas,
um missionário que não tem horário,
nem um esteio à mão.
Na medida do que eu era,
estou, de bom tamanho,
um voluntário por força do tempo,
um unitário, como a mim convém.
Na medida em que vou, retorno
e continuo o homem passado, no presente,
e, para o futuro tenho,
planos de por aqui ficar.
naeno:231006
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TERESINA
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