terça-feira, outubro 24, 2006
DESBRAVO
A distância que resiste entre o Brasil e Portugal
é medida por suor, lágrimas, de negros exaustos
pela ondulação das águas, os oceanos e as naus,
pela solidão tristonha daqueles que ficaram.
A medida do que se tem agora, em ouro, em pó,
É o tanto de desesperados, saudosos, apenados,
Por terem, negado o aceite, e não mais voltado,
Como foram trazidos a uma ilha de condenados.
Portugal, Portugal, quanto dos nossos sangues,
Não ficaram, sem serventia, nos convés escuros,
Das naus arquejantes de tripulação de mangues,
De savanas, das florestas da África sem futuro.
Muitos erros, tantas blasfêmia, pecado imortal
Cometestes em nome do Rei, do grande tesouro,
A soterrarem meia terra, serra, mata, Pantanal,
Só nos deixaste o legado: não nos desejamos mal.
naeno:241006
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TERESINA
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