terça-feira, dezembro 26, 2006

DIVAGAÇÕES


Eu não conheço a cor dos meus olhos,
E se soubesse deles, teria o poder
De me confrontar comigo,
E eu não me conheço de frente
Olhando sem ser por um espelho,
Que me reflete o contrário,
O que é direito vira esquerdo,
E o que é esquerdo fica direito.
Não conheço a cor dos meus olhos,
Nem seus movimentos ávidos,
Até porque tudo o que vejo
Está a frente de mim,
Como a natureza, que vejo,
Como os olhos do meu amor,
Que bem conheço.
E o que mudaria em mim,
Se eu pudesse ver como são meus olhos.
Eu não trocaria outras visões mais belas,
A prender-me vendo parte de mim,
Sem nada de interessante,
Talvez, não sei.
Sei que os meus olhos
Não são para serem vistos por mim,
São para enxergar
O que a vida tem de feio e de bonito.

naenorocha

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TERESINA

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