quarta-feira, dezembro 13, 2006


IMPERCEPTÍVEL

Imperceptível, como se fosse nada aos olhos
Um vento leve, uma notícia boa nos traz,
O repetido gesto do amor quando chega,
Que só o coração percebe e ao vê-lo chora.
Uma lágrima que os olhos não sentem molhar,
Uma alegria que o peito fica a chacoalhar,
Tal uma bateria uníssona, bem cadenciada,
E anuncia lá por dentro mesmo, acaba de chegar
Uma notícia boa que do nada vem, e fica,
Como quem avista a primeira vez a porta,
E se planta e espera como quem não nota,
Os olhos já em prantos, o coração descompassado,
O corpo todo suado, e o amor ali, parado.
Como uma notícia boa que não se apressa
Em dar-se, e de mistério, veste-se, esperando,
Como quem notando ninguém com condições,
De dar-lhe a mão, acolhe-lo dentro do espaço,
A vida um vão descampado, ainda a ser plantado,
Uma noticia boa chega, e vem na verdade,
Um amor que agora é a esperada semente,
Que se fará explodir, e dentro abstrair
Tudo o que lhe esperava e sentia saudades.

naenorocha

2 comentários:

Naeno disse...

Este poema eu fiz dedicado aos que estão, hoje buscando um amor. Aproveitando sem usar da rima, dos recursos da poesia que o amor não se busca, a não ser em seus movimentos corriqueiros, com o amor se albarroa. O amor é como tempestade que se forma em pleno céu limpo. É uma queda imprevista no meio da sala, é um dente que começa a doer no meio da noite, é uma diarréia ocorrida pelo que você comeu lambendo os lábios.

Naeno

Anônimo disse...

lindo aqui, seus escritos...eu volto...

TERESINA

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