terça-feira, dezembro 19, 2006


TEMPO TEMPO

O tempo continua sua contagem e ninguém sabe,
A que alturas já está, em seu dedilhar acertado,
Se o que me resta, a ainda sonhar, me cabe
O querer mudar em mim a sorte, que delicado.

Eu ignoro desde quando fazes tuas contas
Mas consciente de que a cada dia aponta,
Essas mudanças que me fazem afrontas,
Pois recontar nos dedos, sabe-se dele pronto.

Ah tempo das discórdias resolvidas, mas
Ah tempo das feridas inda hoje abertas,
Ah tempo destemperado, frágil fugás,
Considera meus ais, nas tuas contas certas.

Tempo em que posição estais agora, finda,
Em mim o tormento de querer saber de ti,
Mostra-me o teu rosto e verei ainda,
No crepúsculo um vulto a se espargir.

Conta-me de ti, que tudo de nós já sabes,
Acertas tuas contas, o que levastes a mais,
Ou o que deixastes menos, do que a ti cabes
Deixa-me quieto, passa, sara meus ais.

naenorocha

2 comentários:

Anônimo disse...

Hummm, seu post me deu vontade de escutar aquela música do Caetano * tempo, tempo, tempo, vou te fazer um pedido....*

beijos e um ótimo natal para você, querido

MM

Anônimo disse...

Poeta, o tempo não erra as contas. Nós é que sempre erramos os olhos por ele, sem precebê-lo.

Lindo poema, mas doeu.

beijos

TERESINA

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