sábado, dezembro 09, 2006


A VIDA

A vida é uma coisa que não se escolhe
E se acolhe.
A vida nos traz momentos de choro...
E por um momento chorarmos com ela.
É um entrelaçamento de fios que não se vê,
Uma combinação de líquidos que não se serve,
É um bulido, pelas entranhas,
É algo estranho, dentro da gente,
A vida dói sem que se fira,
Pois quem se fere é a carcaça, retraída.
É um povoado de tantas vidas
Umas por sobre as outras,
Pregadas como resina, que pinga.
A vida é um convento aparente vazio,
No qual se descobre depois de tanto andar,
Um coro fino, a repedir, a ensaiar,
Andamentos e tons,
A vida não tem tom. Dizem que é dom,
A vida é dona dos nossos pensares,
Do que estes causam, nosso penares.
A vida pulsa, e não nos tira do lugar,
Ela se enfeita, quando é perfeita a tarde,
Quando é perfeito o sol, sem friagem, calor
A vida é dor que se sente e não se sabe onde,
Pensamos até que dor que se sente dela,
É a de alguém que está bem por perto.
A vida é certa, o mundo é errado, ou

O mundo fala certo e a vida quimera.

naenorocha

Um comentário:

Saramar disse...

Poeta, tantas vidas mostrou nestes versos que doem, tanto quanto a própria vida.
Demorei-me a traduzir cada verso, lendo em voz alta, como sempre faço e me vi diante de um espelho.
Perfeitos versos!

beijos

TERESINA

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