quinta-feira, dezembro 28, 2006

VAQUEIRO

No tempo que eu era um menino
Brincava de ser vaqueiro,
Toda noite sonhava contando,
As cabeças do meu rebanho inteiro,
Separando os bois gordos dos magros,
Distanciando dos touros as vacas
Que ainda não estavam prontas
Que ainda não tinham idade.
Tempo de procriação.
Mas meus sonhos se avolumavam,
Mesmo com as separações feitas,
Cada dia o rebanho aumentava,
A ficar de eu só não dá conta,
Foi ai que contratei um capataz.
Um capataz das minhas feições,
Cuidadoso como eu,
Zelozo en suas obrigações.
E olhando-o quando chegava,
Eu via nele mesmo eu.
Com os mesmos sonhos de outrora,
Com as mesmas vestes e arreios.

E o meu destino hoje é pelo mundo,
E estes sonhos deixaram-me o aperreio,
De inda hoje contar bois de pastos
Que meus os olhos não vêem,
Eu não tive, a não ser inda criança,
Quantas terras eu acumulei.
E com a vinda daquele capataz
Quantos rebentos eu puxei,
Não perdi um só bezerro,
Quantas terras também juntei,
e tudo isso por lá deixei.

E lá é um lugar que em mim,
Cada dia se distancia mais,
Agora não sendo mais um menino,
Sou, da vida, o seu capataz.

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TERESINA

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