terça-feira, dezembro 05, 2006
SEM FUTURO
Porque falamos tanto da vida
Se ela nunca nos diz nada,
E que se falasse não confessaria pra nós,
De interesses suspeitos com relação a ela,
Não nos seria clara, aberta não se daria.
Quem sabe apenas gesticularia,
Sobre aquilo que já passamos, e é sabido.
O que pretendemos quando ingenuamente culpamo-la
Pelos agravos recebidos, se ela terá um argumento pronto, E dirá, se resolver o impossível: também fui vitima.
Não saberás que somos farinha do mesmo saco,
E que às vezes torna-se este saco mais visível e pesado,
Quando sobrecargas a mim as tuas falhas e fraquezas.
O que queremos perdendo tempo e parte da vida,
Que boa ou ruim é feita sob a medida do teu destino,
Dos teus desafios diários, dos teus intentos, desafortunados.
A vida dá-se em presente não por força do seu querer,
Ela já se vem, quando vimos, ela também vai
Quando não sabemos, só sentimos já sua ausência.
O que queremos da vida a não ser vivê-la plena,
Dar forma ao que nos interessa e ela tem,
Tem momentos de dores e de gozo supremo.
Eu já me calei diante dela. Agora somos como
Adão e Eva sem a iniciativa de quem um ao outro vai procurar.
Quando a procuro, procuro por saber dela,
Sem esperar, contudo a resposta, que muito difícil é com ela,
A mim cabe aceitar, dormir a seu lado sem evitar.
Tocá-la, arrancar seus beijos, seus afagos,
E quando tenho a mesma vontade o mesmo faço,
Pois, sendo boa ou má companhia a vida é ela,
Distante de tudo e perto do mundo onde nos cabe,
Colada em nós como couro na carne,
A vida, coitada também se abate,
Diante das dores que nossas dores passam.
naenorocha
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TERESINA
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