domingo, outubro 22, 2006




















PREMATURO

Vejo no teu silêncio anúncios de dor,
Neste crepúsculo a morte de um amor
Que não deu tempo nem ganhar nome
E intempestivo como veio se foi,
Como o vento que em ti me lançou,
Só por que já não nada sobre ti.
Sei que nada dura até o infinito,
Que uns sofrendo passam tão aflitos,
Outros comovem por sua própria dor.
Mas por que comigo havia de ser assim,
Eu levei tempo para construir,
Passei invernos, tempos a cobri-lo.
A proteger-lhes das chuvas dos ventos,
E não fui relapso, um vigia atento,
Mas nem por isso, fiz suficiente,
Pra evitar que ele cedo se fosse.
E eu estou agora tal um nordestino,
A exibir a morte como uma sina,
Clamando aos céus, algo que defina,
O sofrimento de ver se acabar,
Um prematuro, mais um do lugar,
Que não teve chances nem engatinhar,
Nem de dizer, ao mundo ao que veio,
E neste transe, eu não sei, viverei,
Mais que o tempo que me sorriu o amor.

Até o tempo em que ele se mortificou.
naeno:221006

Um comentário:

Tudo disse...

Tudo passa ....
E passados ficamos.

TERESINA

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