sábado, dezembro 09, 2006


INCONTESTÁVEL
para Maria João

A realidade intransponível das coisas,
O que todos os dias constato, haver,
Que a cada visão torna-se a verdade:
Tudo é o que parece ser,
Tudo é o que é
E é difícil certificar a alguém,
Pelo rosto de perplexidade repetido,
Que de mim se vê, nem é necessário crer,
Se isto é bom, e eu posso enfim expor um riso,
Ou se é tristes estas verdades constatar.

Basta sermos, para se ser uma realidade,
Um mentira, aos olhos.
Já tenho pensado tanto,
E sei que ainda hei de muito pensar nisto,
Por que tudo que penso e guardo,
São essas mesmas verdades,
E essas mesmas mentiras.

Quando às vezes me dou olhando a uma árvore,
E deduzo que essa árvore pensa,
Não consigo chamar a ela, minha igual,
Por que isto é uma verdade.
E eu uma mentira.
Talvez goste dela por não se parecer comigo,
Por não falar pra que eu sinta,
Os dissabores, a mais, de uma árvore,
E eu sei que somos iguais,
Que é uma verdade.
Que eu minto.
Às vezes sinto o bolinar do vento,
E me encanto, por saber que ele é meu irmão.
O que é um verdade.
E uma mentira.

naenorocha

Um comentário:

João JR disse...

Querido Naeno..mesmo com dificuldade em escrever, não pude deixar de vir aqui! Estou sem palavras para agradecer o teu carinho, as tuas visitas sempre gratificantes e este poema maravilhoso que aqui me dedicas! Fora todos os outros que partilhas conosco aqui no teu belo espaço.
Por tudo isto e muito mais; o meu muito obrigada de coração. Bem hajas!
Um grande beijo para ti,

TERESINA

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