sexta-feira, dezembro 15, 2006
TEMPORAL
Ontem à tarde o cume da costaneira
Cobriu-se de um escuro intenso,
Como se todas as luzes, do mundo inteiro
Tivessem se apagado, virado incenso,
E de repente despreendeu-se do céu,
Uma chuva tempestusosa e cruel,
Fazendo sulcos no solo, arrebatando os chapéus,
Firmou-se por muito tempo, mais que se quer.
Como se fosse ira de Deus, uma calamidade,
O céu jorrava água como um cântaro virado,
E todos ignorados, da chuva, achavam pecado,
Pedir, blasfemar, contra Deus, é inusitado.
Suporta-se o torrencial castigo calados,
Rezam, mais rezam baixo, pra que Deus não ouça,
Que se submetem a ser Deus também, ousado,
Melhor que se vá, depois do aguaceiro não se conte nada.
Que homens são esses que acalentam o choro,
E ficam sem seus sonhos, entregam de mão beijada,
Que seres são esses, todos tão medrosos,
Que de dispunham ao prejuízo da vida, do dolo,
Imaginem a humanidade toda sob a chuva,
O aguaceiro audaz derramando-se em demais,
Era o fim de tudo, do começo, aonde saúda,
A vida a bela obra que Deus, só ele é quem faz.
naenorocha
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TERESINA
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Um comentário:
Fiquei a pensar na força das coisas, inclusive da palavra quando se quer definir o que é o peso da palabra, que às vezes tem a mesma de um temporal.
Um beijo
Sarah
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