TROFÉU

Quando eu não tinha o teu amor
Eu era entre os esquecidos o mais distante,
Uma lembrança renegada e fugidia,
Eu era meu amor, sem ti, um pobre dia,
Que não se definia, nem pelo escuro,
Nem pelo sol. Alguma coisa que não havia.
Quando por teu amor lutava,
Só. E ninguém ouvia, que dentro do meu peito,
Uma briga se travava entre a covardia e o medo.
Hoje adepto desse amor gostoso,
Os dia todos tem esse visual garboso,
E a paz que antes de mim se ausentava,
Fincou morada, uma bandeira de paz.
Quando me abstinha de teus beijos, não por vontade,
Porque dada, quando eu padecia, em mim detinha,
Nem mesmo a vontade, forte o medo em ofende-la,
Forte o respeito, a covardia de incomodaste,
Julgando-me entre dos da fila, os retirantes,
O que levava à cabeça a pedra mais pesada,
E de promessas vivia, sem que meu peito soubesse,
Por que o meu coração já bem queria ir-se em retirada.
Como a desistir de tudo, por que eu não via em teu amor,
Qualquer coisa que se possa conquistar,
E eu me retrancava na mais cruel defensiva,
Mantendo apenas uma leve, de que um possível dia,
Alguma coisa, em mim ou em ti, ou no tempo iria mudar.
Ganhei por fim o melhor dos troféus,
O mesmo que tantos por ele tem lutado,
O amor, um algo sem nenhum semelhante,
O mais significativo algo, que pode o meu peito,
Que ainda hoje pisa em ovos, aperreado.
naenorocha