terça-feira, outubro 17, 2006














ACONTECÊNCIAS

Quando eu era um menino,
menino no total da palavra,
não haviam televisores,
nem rádios transmissores,
a gente só tinha notícias
de outros tantos lugares,
através de recados,
cartas atrasadas,
que por vezes chegavam
depois de passada a novidade
existia a revista O Cruzeiro,
com fotos das miss Brasil,
Marta Rocha, a primeira brasileira,
a ser miss do mundo.
Lembro-me que à noitinha
depois de vir do roçado,
o meu pai, já jantado,
ligava o radinho de pilha,
amarrado numa antena
que corria por sobre a casa,
e ouvíamos Ari Lobo, Jackson do Pandeiro,
Vicente Celestino, Francisco Alves,
o rei da voz. Dalva de Oliveira,
o agudo mais profundo,
Ângela Maria, a Sapoti.
A rádio mais penetrante,
onde até naqueles confins se ouvia
era a Sociedade da Bahia.
ah saudades de Lindu,
uma voz de anjo do mato,
Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga,
Marines e sua Gente.
ê sanfona ardente de Abdias,
com oito baixos fazia,
o que nenhum se atrevia
com uma de cento e vinte.
Tempos idos, agora,
presente de outrora,
eu convivia com a flora,
de forma tão natural,
ajudava meu pai na roça,
tirava leite das vacas,
lavava os cavalos no riacho.
Lembranças, lembradas agora,

não sei por que cargas d’águas.
naeno:171006

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TERESINA

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