quarta-feira, outubro 18, 2006
















DO CUME

Estou agora sob um sol crepitante,
Em pleno mês de outubro,
Meu rosto rubro,
Pelo tempo exposto,
Minha alma reclama,
Por que lhe o desgosto,
De ver mesmo de longe,
O tormento angustiantes,
Dos homens que vivem, oposto
Do que se passa,
No aconchego,
E tudo se conta,
Lá na cidade.
Aqui de perto,
A céu aberto,
Se vê a tristeza,
Andando de lá pra cá,
Mais pra cá que pra lá.
Impactando-se com o meu peito,
Que não é de ferro,
E fica marcado,
Como animal ferrado,
Pelos sinais que vem lá do povo,
Daquele povo, que mal se vê
De tão pequenos,
De quase não sê.
Uma gente inquieta,
Em seus devaneios,
Uma gente calma,
Em seus benfazejos,
Daqui se conta,
O que se quer contar,
Poeira, morrasca, por todo lugar,
Sombra espessas, árvores longe,
Meninos que somem,
Por traz dos umbrais,
Oitões ruindo, escorados,
Prantos que se esguicham
De olhos inchados,
Só de chorarem,
Só de chorarem,
Por tanta sorte
Que Deus lhes deu.
Só de ficarem, sós,
Esquecidos no tempo,
E à hora, nunca, nunca
Lhes é favorável.
Que mundo indecifrável,
Que sorte deplorável.
naeno:181006

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TERESINA

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