JARDINEIRO

Juntem da roseira apenas as flores,
Pois virão botões com os mesmos odores,
Não, destruam os galhos, a roseira sente,
Porque não sentirão nada mais que dores.
A delicadeza da roseira é como a da mulher,
Se forem maltratadas, tiradas, além do amor,
Que elas têm a mostra, serás um pecador,
Que por esse gesto de pura insensatez, e fome,
Terás perdido tudo, e agredido no teu nome,
Todo mundo, e te chamarão de destruidor.
Porque tanto a mulher quanto a roseiras, tem,
A mesma beleza, têm a mesma essência, amor,
Porque tanto a roseira que dá rosas, também,
Dão a mulher a mesma essência, amor e beleza.
De nenhuma eu tiraria, além de beijos, calmo,
E só as contemplaria, retido o meu desejo,
E me deteria em cuidar, cativo, tão zeloso,
Da rosa e da mulher, as que mais anseio.
naeno:021006