terça-feira, novembro 14, 2006



ALMA

Por sobre os montes, os vales mais densos orvalhados,
Por sobre o segundo plano, o éter, e o terceiro, oco,
E muito mais além dos astros, não sei onde os coloco,
Muito além dos fins ou dos começos, entrelaçados.

A minha alma voa, vai, com toda a aprendizagem,
Como um dia sonhara o homem voar, sem asas,
Como um passarinho num vôo rasante nas margens
Do oceano imenso, invisível também sobre as casas.

Ainda mais longe deve voar, ausentar-se num tempo só,
Para aí parar, sentar-se, desculpar-se dos erros repetidos,
Das aventuras já sabidas, sem sentido, a ter de si dó,
De não mais querer, para si o retorno, a vida descabida.

E ante o pesar dos vazios terrenos, que ela se erga,
E não repita na companhia de quem no momento esteja,
Os mesmos trejeitos, as tangenciais de fuga e erro,
E nesse tempo, aonde estiver retenha, a índole malfazeja.

Aquela mesma viagem, como um pássaro sem termos,
Fez na subida vertical furando os planos, a luz o sol,
Que ela saiba dos caminhos de antes e também perceba
Que todos os lugares são propícios ao vício de ser só.
naenorocha

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TERESINA

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