terça-feira, novembro 14, 2006


NÃO É O TEMPO

O tempo ainda não se completou,
Pra que já carregues a cesta na mão,
Ainda nenhuma árvore sequer brotou,
Pra que já leves a mão ao peito, em gratidão.
Quem nos assegura de uma safra boa,
Quem impedirá, com certeza os gafanhotos
Famintos, que já dão sinais, não tardarão,
Como já estão por vir, os que não plantaram,
E querem dividir. É justo parar, agora,
E sempre, ante da hora, não pernoitar
Ao relento, sabendo que ainda demora,
A nossa hora, marcada à frente, o tempo.
Não é tempo ainda de falar de presságios,
Ou de visões que tivera, quando angustiado,
Sonhastes tantas vezes, vi, acordar assustada.
Tudo que temos, não nos foi dado, em tempo,
Tudo o que não galgamos, de lutar tivemos,
E assim com tudo, com os amores, as dores,
Com os anéis, os dedos, a mão, a intenção,
Tudo, tudo, nos foi dado, por dizer-se,
Não que não tivéssemos dado tudo a ver,
Os anos, as peles, o sangue, o coração,
Pois tudo o que fizemos foi, como
Reclinar diante de Deus, e clamar,
Na mais concentrada e ardorosa oração.
Ainda não é tempo de levantarmos,
Sequer a mão. Nada há pra pegar ainda,
Pois que se adivinho, fosse logo ali,
A messe, o plantio todo maduro,
Seria eu o primeiro a falar-te, vamos,
A messe é grande e o tempo urde.

naenorocha

5 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito destas palavras. Parabens.
Beijito.

Anônimo disse...

Vim agradecer a tua passagem pela meu blog e dizer k tens mt jeito mm.
Bjo!

nina disse...

naeno,
tuas palavras recebi
e muito delas gostei

um beijinho e sera sempre bem vindo ao meu cantinho
nina .

Impensamental disse...

uma revolução de letras.... bom dia

Sendyourlove disse...

a messe é grande, os trabalhadores é que são poucos

TERESINA

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