sábado, novembro 25, 2006


NO ESPELHO

Como num espelho aqui de vês,
Como os mesmos guardados dentes,
Como os mesmos expostos lábios,
Com a mesma cara e rugas e veios
Como num lago aqui te vês,
Com a mesma vaidade de sempre,
Como o mesma beleza invisível,
Com a mesma profundidade no ventre,
E nada de mais, além de tua imagem destorcida,
Nem o espelho nem o lado,
Te farão ser o que não és,
Pois o que és em essência,
Está guardado e nem mesmo sabes o que é.
Se te conforta o que plaina
Nas superfícies espelhadas,
Levas que muito bem guardas,
E as expõe como se tu fosse,
Porém poucos, ou alguém pra te agradar
Dirá és belo, como ninguém será,
E assim te entronizarás como mais um Deus,
Vaiodoso, Narciso, que nunca viu-se mostrar.

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TERESINA

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