sexta-feira, novembro 17, 2006
TECIDO
Esguicha o fio tênue e a invisível rede tece,
a laborosa aranha, em continuado labor,
e, a trabalhar, assim, naturalmente esquece,
a atormentada lida, as desilusões e a dor.
E vai e vem e volte e, em volteios paece,
que uma dança a envolve, em tanto vigor,
por fim, se imobiliza, ou finge que adormece,
à carícia da luz, no desconfortante calor.
O seu instinto trabalha - o objetivo é a teia,
que se alarga, se liga e prende, enrodeia,
em torno do invisível, a delicada aranha...
O poeta, em fios de nada, as malhas urde e tece,...
no labor que o fascina, a própria mágoa esquece,
e, apenas, a sorrir, moscas de luz apanha.
naenorocha/música
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TERESINA
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