domingo, novembro 19, 2006


MULHER

Como é o corpo de uma mulher...
A começar pelos cabelos,
Que podiam chamar-se manto.
A testa, um olho oculto,
Uma estiagem, pouso densa,
Um veludo que mal se vê.
Os olhos duas estrelas vivas,
Que optaram por morar na terra.
Antes, as sobrancelhas, os cílios,
Protetores dessas lanternas,
Que lhes controlam a intensidade, a cor.
Ora negrume, ora luz ofuscante,
Tempos faróis da procela a nos guiar.
A boca, precisão em cortes,
Em doçura em sorte, pra quem a beija,
A boca que nos alimenta, de palavras,
De salivas soltas, de beijos, de beijos.
O queixo uma ponta de terras
Que invade o mar, onde as batidas
Das águas, se fazem escorrer
Mostrando o resto, a boniteza da encosta.
O pescoço, um torno de adornos,
Onde pulsam latentes, as veias o sangue,
O jorro de amor que inunda o coração,
O dela e o meu, que em a descrevendo,
Já me encho desse mesmo sangue, de paixão.
O colo, a pousada segura, que em meio ao tempo,
Nunca perdera sua forma, seu quente, seu frio,
A depender do cansaço de quem anda só,
A procurar caminhos que não conhece mais.
Os seios, sei compará-los a garantia da vida,
Quando ali se sabe está ela feminina,
E mulher, é mãe, e seus seios apontados,
São duas mangas maduras,
Ou dois montes elevados, uma colméia,
Repletos do mais puro néctar,
Suas saídas são por onde passa a vida.
E nos dão a intensidade exata de sua diferença.
Mulher não é só uma crença, Mulher é a pura,
Certeza de que Deus a fez não só como provocar
O homem na sua destreza de cão de preza.
A fez pra nos alentar, amar.
A barriga já o limite com as pernas,
É a que mais revela sua condição de anjo,
É o que acolhe, com a cabeça ou com o vente,
Com o cansaço, com veemência, de amar.
É ela barriga é um relicário onde Deus guarda,
A sua jóia mais cara: os nenês, outros iguais.
Suas entranhas, qual entrada de mina
Em plena produção de ouro,
Escura, pois é onde estão guardados,
A profundeza de tudo, dos pensamentos,
Os quais ninguém nunca chegou a decifrar.
Mas certamente é celestial, é de uma Mulher.
As pernas são outra caprichosa escultura;
Sei que isso já se falou, mais concordar
Com o que é obvio, é afirmar, sem precedentes.
As pernas, são os braços de quem conduz um andor,
Voluntários que ficam assim, como estou.
A ter, ver uma mulher passar, à frente,
E indescritivelmente tentar de traduzir de novo
naenorocha

Um comentário:

Anônimo disse...

Poema que viajar com as palavras...

TERESINA

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