quarta-feira, novembro 22, 2006


PIANO

Na sala principal da casa da direita, jaz um piano,
Em quem ninguém toca,
Nem a displicente mariposa nele toca,
Pra não dizer que nada, absoluto, lhe toca,
Toca-lhe a flanela leve, até por seus teclados.
Do que vale um piano inerte, fechado,
Como se houvesse dentro alguém calado,
No ponto já de seguir o cortejo.
No meu quintal resistem dois ipês antigos,
Que já nasceram como gêmeos, irmãos parecidos,
Qando é noite que o vento afoito balança sua fronte,
Eu ouço, do ranger dos galhos a mais suave melodia.
Por isso não vejo a necessidade de um piano
Em minha sala, as teclas se grudariam,
Porque eu não toco,
E pra que serve um piano que não toca.

naenorocha

2 comentários:

João JR disse...

Eu amava ter um piano..!Quando era criança sentava-me no colo do meu avô materno (que era pianista de profissão e marido da avó que hoje homenagiei..) e ficava teclando um pouco com ele..a sonhar!
Curioso, que hoje, já tendo uma filha de quase 9 anos, tb ela tem esse gosto, essa sensibilidade e desejo..)! E vou pô-la a ter aulas de piano..a fazer aquilo que nunca fiz, e sempre quiz fazer..mas os tempos eram outros, e nem sempre era possível aos meus pais maravilhosos dar-me tudo o que eu queria, não pedia, apenas gostava.
Um beijo grande Naeno!

paty disse...

Lindo este teu post Naeno!Será que um piano intocável, serviria para ornamentar o lugar?rsrsrs.Beijos

TERESINA

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