terça-feira, novembro 14, 2006



POETA

Quando por determinação da potência divina,
Um poeta se faz, neste plano desvanecido,
A mulher que lhe logrou, parece, advinha,
E em clemência pede a Deus, compadecida.

Eu levei no meu ventre por onde caminhei,
Um agourado ser, que por dele padecerei
Tudo de mim novamente, como se nadei,
Cheguei longe da ilha e vim me ter no mar.

Ai, nunca irá sarar, a ferida de sua saída,
E assim nunca me esqueço, pari um ferida,
Uma chaga aberta para o que caia em deslize,
Um ser pesaroso, pesado, alma contrita.

Meu Deus eu me comovo, de não poder criar,
Seus sonhos como os meus, que são diferentes,
A minha alma simples vislumbra o que há,
E ele enternecido, espera o sol nascente.

Quantos desses há por esse mundo, soltos,
E quantos deles nós, mães, fomos capazes,
De amá-los como amamos iguais a outros,
Deus, será um poeta um projeto de paz.

naenorocha

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TERESINA

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