quinta-feira, novembro 16, 2006



AOS REBENTOS

És como os campos de outono, indescritível,
Antes que o vento derrubem as flores ao chão,
E eu o sacrifício de um verão limpo com tudo visível,
Ou a estação mais próxima do desespero, um cão.

És o alívio dos olhares meus, lançados às flores,
És a cotovia cantando distante, e seu canto entoa,
A absoluta certeza de um dia que vem, em cores,
Eu, o que separa uma coisa da outra, um marco à toa.

Enquanto vives, por que sabes viver, e sabes que é bom
E tiras desses momentos prazeres a encherem os olhos,
Eu não distingo os mares dos lagos, e nem ouço o som,
Da tua voz tão límpida, como água que na nascente brota.

Sou eu um estorvo, um balseiro nos caminhos teus,
Enquanto limpas e deixa todos abertos os meus,
E não por piedade, digas mim que quizestes, pra teu,
De mim alguma virtude, ou meus olhos cor de breu.

naenorocha

4 comentários:

Jana disse...

Belissimos versos..

Vou seguir a tua sugestão rs

Beijos

Anônimo disse...

Que lindo!Estou honrada com sua ilustríssima visita no meu canto.Volte sempre e sempre.E viva o Piauí!

P.S.Adoro sua musicalidade sem fim...

Som do Silêncio disse...

Gostei do que li!

Beijo

Anônimo disse...

Forte...

TERESINA

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