quarta-feira, novembro 15, 2006



LANÇADO FORA

Lançado ao tempo como um arpão dormente,
fixei-me nestas lonjuras, distando do mundo,
e quando me vi, já fisgado à fera, pelos seus dentes,
me deixei servir, de sua força e num retumbo,

Largando me mim mesmo, como separando,
e descendo mais do que havia me lançado,
despachei-me inteiro por sobre a carcaça,
daquilo que era o meu destino estranho.

Mas se a força que me fez, volver aqui,
arregaçou-se a alma, e me quiz, voltar,
por caprichos de uma visão em que vi
eu, com os meus dilemas, a muito a morar.

E se outro arpão arremesado fosse, a mim,
em vez desta a besta, possante e vulgar,
posto que sabendo, não me querem, assim
prefiro o ponteiro mesmo sem acertar.
naenorocha

Um comentário:

Anônimo disse...

Você é fonte inesgotável. Quanta fartura, quanta exatidão no falar...quanto sentir...
beijos!

TERESINA

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