sexta-feira, novembro 03, 2006


















ESPANTALHO

Sou um espantalho calado,
inerte, exposto ao vento, ao sol
a cuidar do que não vejo,
dos ataques de quem não sei.
Sou eu um crucificado
em meio ao canavial,
já morto e não retirado,
um galho para os pardais.
Sou, ao vento, nenhum cálculo,
à vida nenhum sustentáculo,
às pragas que ainda trituram
nenhum obstáculo.
Sou só o que sou pra mim,
alguém que me ignora,
que nunca vai embora,
e que só me ver assim.

naenorocha___________________________________________________________________

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TERESINA

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